Médicos de SP anunciam suspensão de atendimento a planos de saúde


Suspensão temporária começará a ser feita no dia 1º de setembro.  Usuários de 12 planos de saúde poderão ser prejudicados.
A Comissão Estadual de Mobilização Médica para a Saúde Suplementar divulgou na manhã desta quarta-feira (10) o cronograma de suspensão temporária do atendimento eletivo a 12 planos de saúde no estado de São Paulo a partir do dia 1º de setembro. A categoria reivindica um aumento nos valores pagos pelos planos pelas consultas e questiona a interferência das operadoras na autonomia dos médicos. Os anestesistas também participarão do protesto.
Desde abril, os médicos afirma que tentam negociar vários planos de saúde, porém não teriam conseguido avançar com os seguintes convênios: Ameplan, Assefaz, Cetesb, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Green Line, Intermédica, Mediservice, Notredame, Porto Seguro, Prosaude, Vale e Volkswagen. Os 12 planos possuem por volta de 3 milhões de usuários no estado.
De acordo com os médicos, Care Plus, Cesp e Marítima apresentaram suas propostas nesta terça-feira (9) e, por isso, foram excluídas da lista de convênios que vão sofrer retaliações. O movimento garante que os atendimentos de urgência e de emergência serão mantidos.
A Comissão Estadual de Mobilização Médica para a Saúde Suplementar, que é formada pela Associação Paulista de Medicina (APM), pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) afirmou que está aberta à discussão e que lista de convênios que podem ser atingidos pelo movimento pode ser alterada caso recebam propostas de negociação.
Os planos Abet, Amil, Blue Life, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Cassi, Dix, Embratel, Fundação Saúde Itaú, Gama Saúde, Geap, Golden Cross, Medial, MPU, Petrobras, Prodesp, Sabesprev, Sul América e Metrus apresentaram propostas de negociação para a comissão. De acordo com os médicos, parte delas ainda não atende ao pleito da categoria, mas estão sendo analisadas. Essas empresas não serão afetadas pela suspensão de atendimentos.
Estratégia
A estratégia adotada pelos médicos é de parar o atendimento eletivo de algumas especialidades de acordo com o seguinte cronograma:
1 a 3 de setembro - Ginecologia e Obstetrícia
8 a 10 de setembro - Otorrinolaringologia
14 a 16 de setembro - Pediatria
19 e 20 de setembro - Ortopedia e traumatologia
21 a 23 de setembro - Pneumologia e tisiologia
28 a 30 de setembro - Cirurgia Plástica
Planos de Saúde
Na Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), uma das entidades que representa os planos de saúde, ninguém havia sido encontrado até as 12h15 para comentar a suspensão temporária do atendimento.
Segundo a Federação Nacional de Saúde Complementar (FenaSaúde), o grupo tem participado ativamente dos fóruns de debate sobre a remuneração médica no estado. Sobre a decisão de suspender o atendimento aos planos de saúde, a federação afirmou que “reitera a confiança nas lideranças médias e no conjunto dos milhares de profissionais que escolheram integrar a rede credenciada de prestadores médicos”.
Reivindicações
Os médicos querem que o valor da consulta paga pelos planos de saúde, que atualmente está entre R$ 25 e R$ 35 no estado de São Paulo, chegue a R$ 80, mesmo que não seja de imediato. “De 2000 até 2011, a inflação medida pelo IPCA foi em torno de 120% e, nesse período, a ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] autorizou reajuste dos planos de saúde de pessoa física de 151%. Nós médicos não tivemos nada de aumento. Isso causa um desequilíbrio econômico-financeiro muito grande a ponto de inviabilizar você manter o consultório médico aberto”, afirmou o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Junior.
Debate
O presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Jorge Curi, afirmou que o movimento tem o objetivo de provocar um amplo debate sobre a questão da saúde suplementar que, segundo ele, tem adotado práticas lesivas também ao interesse dos pacientes como negativas de exames, internações, de cirurgia e de procedimentos gravíssimos, como quimioterapia. “É por isso que essas medidas que em princípio possam parecer antipáticas são as menos lesivas que foram estudadas para que se provoque mobilização, debate sobre o assunto e resolução da problemática”, afirmou.
A categoria reivindica ainda que os planos de saúde incorporem a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que é o rol de procedimentos médicos previstos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar com relação a cirurgias e exames.

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