Estudantes colocam Brasil em primeiro lugar mundial no estudo da Robótica

De 4 a 10 de julho, Istambul, na Turquia, abrigou delegações de mais de 60 países, inclusive a do Brasil, na RoboCup 2011. Mais de 4 mil participantes colocaram seus conhecimentos à prova, mas o melhor resultado como equipe individual ficou mesmo para o Brasil. A premiação veio graças à atuação de dois estudantes do Ensino Médio do Colégio Objetivo, Renato Ferreira Pinto Júnior (em 2010, 1ª série, e hoje 2ª série) e Wallace Souza Silva (em 2010, 3ª série, e hoje 1º ano de Engenharia Mecatrônica da Unicamp), integrantes da equipe Hipérion. “Essa premiação coloca o Brasil como campeão absoluto na categoria (equipe individual) e inaugura uma nova época. A partir de agora, nessa modalidade, a Robótica brasileira dita novos paradigmas de construção e programação, algo que nunca havia acontecido antes em qualquer nível da competição, Júnior ou Sênior”, explica Luís Rogério da Silva, líder da equipe e coordenador dos cursos especiais do Objetivo para as olimpíadas de Informática e de Robótica. Competindo pela modalidade Resgate, em três dias de provas, totalizando 9 rodadas, Renato e Wallace tiveram de programar um robô – que leva o nome de Hipérion – para cumprir a tarefa de salvar vítimas. Com a aplicação de diversos conceitos de mecânica, computação e sistemas digitais, o robô foi projetado com uma estrutura mecânica de tal forma eficiente a ponto de, sem nenhuma intervenção humana e com movimentos milimétricos, conseguir subir uma rampa, atingir o andar superior e salvar seu objeto. Pudera, o Hipérion pesa apenas 2,5 kg, mas possui uma dezena de motores e cerca de 20 sensores. Entre eles, estão os de ultrassom e infravermelho até bússolas digitais e acelerômetros. O resgate, como conta Luís Rogério, foi uma operação de grande complexidade, pois a máquina não recebeu nenhuma orientação prévia sobre a localização da vítima e sobre sua própria posição em relação a ela. Mesmo assim, antes de esgotar-se o tempo estipulado para a conclusão da prova, que é de 8 minutos, encontrou a vítima, encaixou-a em suas garras, ergueu-a e colocou-a sobre o patamar de refúgio.



Não deu outra. A equipe brasileira conquistou o primeiro lugar, superando tradicionais equipes que costumeiramente despontam em torneios científicos, tais como as japonesas e alemãs, que obtiveram, respectivamente, segundo e terceiro lugares.

De acordo com o líder Luís Rogério, para montar um robô desse tipo é necessário que o estudante seja extremamente habilidoso, porque deve construir uma máquina que possa agir de maneira autônoma, recebendo as informações do cenário e adequando as ações para livrar-se dos obstáculos e manter-se norteada a resgatar seu alvo. “O Hipérion não só foi campeão como conseguiu, na última rodada, superar a equipe japonesa ao gabaritar a prova, ou seja, cumpri-la sem nenhuma falha, perfeito do início ao fim. Isso é fruto da aplicação de um conjunto de programas complexos, que se valem de princípios de inteligência artificial, teoria de controle e, também, de ajustes mecânicos precisos, razões que me deixam à vontade para afirmar que essa equipe tem mesmo padrão internacional”, complementa.

O caminho que levou os brasileiros à RoboCup 2011
Para chegar ao excelente resultado que viabilizou a classificação para competir na RoboCup 2011, Renato e Wallace venceram primeiramente na fase regional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), ocorrida no Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME), em setembro. Em uma plataforma de madeira, o robô Hipérion resgatou uma vítima sem contar com qualquer ajuda externa, seguindo linhas de orientação e transpondo obstáculos. Vitoriosos, alunos e robô partiram para a fase final nacional, realizada junto com o Campeonato Latino-Americano de Robótica (LARC 2010). O evento, ocorrido em outubro, no Centro Universitário FEI, em São Bernardo do Campo (SP), reuniu participantes de todos os estados e de países latino-americanos. Lá, uma arena abrigou uma instalação (semelhante a uma maquete) que continha três salas (duas no piso inferior e uma no superior) e uma rampa, compondo um cenário que propunha o resgate de uma vítima para, assim, chegar à vitória.

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