Estética on-line

Com a febre das compras coletivas pela internet, os tratamentos estéticos ficaram mais acessíveis. Mas é preciso cautela para não ser enganado ou arriscar a saúde

Novas técnicas e aparelhos estéticos surgem a cada ano com muita inovação tecnológica na tentativa de melhorar os problemas estéticos das pessoas. Massagens, drenagens e aplicações injetáveis auxiliam na queima de gordura e na diminuição da celulite. Peelings, máscaras e o laser intensificam tratamentos faciais e também prometem acabar com os pelos. Esses tratamentos, que antes eram para poucos, agora podem ser encontrados com preços mais acessíveis, graças ao surgimento dos sites de descontos e compras coletivas na internet. Esses sites funcionam em parceria com diversas empresas que, em busca de novos clientes, reduzem o preço dos serviços ao atingir um número mínimo de vendas. Segundo estimativas do site Peixe Urbano, um dos pioneiros nessa área, apenas em 2010, as compras coletivas pela internet movimentaram mais de R$ 100 milhões, com 5 milhões de clientes cadastrados. Letícia Leite, diretora de comunicação do site, diz que o público que se cadastra para receber as ofertas é muito diversificado, mas quem realmente efetiva a maior parte das compras são as mulheres, principalmente na área de gastronomia e estética. O investimento das empresas é grande nesta estratégia de marketing. Clínicas e centros de estética fazem pacotes com vários tratamentos e reduzem o preço para atrair mais clientes e divulgar sua marca e seus serviços. “Os preços são muito baixos e as promoções não têm flexibilidade. Porém, como recebemos os pagamentos à vista, podemos gerir melhor nossas despesas. Além disso, o fato de ser visto e fixar nossa marca no mercado é muito importante”, afirma Eliane Abreu, gerente das franquias da Bali Estética, em Curitiba. Como as vendas algumas vezes ultrapassam os milhares de cupons, as empresas precisam de um planejamento específico para atender a demanda. Os pacotes comprados têm validade de seis meses e o agendamento das consultas é feito com bastante antecedência. “Nós calculamos e planejamos junto com os parceiros as condições das promoções e também o limite máximo de compras. O grande objetivo dessa estratégia é fidelizar os clientes, então é preciso que as empresas prestem um atendimento de alta qualidade”, afirma Letícia.

Formação específica
De fato, quando se fala em tratamentos estéticos, o bom atendimento é o ponto inicial para obter bons resultados e principalmente a segurança na aplicação dos produtos. Para garantir a qualidade, é fundamental que o cliente tenha o maior número de informações antes de comprar o pacote pela internet. Ao ligar para a clínica que está oferecendo a promoção, deve se informar sobre que tipo de tratamento está comprando, quais profissionais irão aplicá-lo e quais produtos serão usados. Beatriz Andreguetto Orasmo, presidente da Associação dos Profissionais de Estética do Paraná, alerta para a necessidade de qualificação dos profissionais que trabalham nos centros de estética. “A profissão de esteticista ainda não tem regulamentação no Brasil, por isso não há fiscalização sobre quem faz os tratamentos estéticos em clínicas e salões. Cabe ao cliente solicitar o diploma ou certificação da formação específica do profissional que irá fazer o serviço”, explica. Segundo Beatriz, apenas quem tem curso tecnólogo ou técnico em estética e os fisioterapeutas dermato-funcionais estão aptos para realizar um atendimento seguro. Cursos livres de estética não contam. “Os clientes devem exigir essa formação específica dos profissionais que realizam procedimentos estéticos. Já para tratamentos mais invasivos e agressivos como a carboxiterapia, peelings de alta intensidade e aplicações de laser, a presença de um médico é fundamental”, alerta. Além das informações detalhadas sobre o serviço, o cliente deve marcar uma avaliação física antes de iniciar os tratamentos. “As pessoas reagem de maneiras diferentes aos procedimentos. Na avaliação, é importante que o cliente alerte o esteticista sobre medicamentos ou outros produtos que esteja usando. Esta avaliação pode evitar problemas e é fundamental para atingir bons resultados”, afirma Beatriz.

Seus direitos
De acordo com o Procon, as clínicas e centros de estética não são obrigados a realizar a avaliação física antes de aplicar os tratamentos, mas são responsáveis pelas técnicas e produtos aplicados em seus clientes e pelos problemas que possam surgir. Mesmo não havendo a obrigação, a avaliação é uma boa pista para se saber se a clínica é confiável e presta um bom atendimento. No caso das clínicas não a realizarem, estarão assumindo os riscos e podem ser responsabilizadas pelos danos que possam ser ocasionados por produtos e serviços malfeitos. Outra informação importante do Procon: caso chegue ao local do tratamento e se depare com uma realidade diferente daquela que foi informada – a ponto de não se sentir seguro para realizar a terapia –, o comprador pode desistir do serviço e solicitar o reembolso. Isso também pode acontecer se o cliente ficar insatisfeito com o resultado, contanto que consiga provar que tomou todas as medidas preventivas e que a falha realmente foi do prestador do serviço. Para se informar sobre seus direitos e como proceder para entrar com uma reclamação junto ao Procon, é importante conhecer o Código de Defesa do Consumidor (disponível no site http://www.procon.pr.gov.br/), que assegura os direitos dos clientes em todo tipo de compra, e também se aplica às compras realizadas pela internet.

Fonte: Gazeta do Povo – PR
Bruna Bill

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estudantes têm até o dia 14 de setembro para se inscreverem no Simulado Fuvestão, do Objetivo

“Engenharia Civil: o futuro se constrói” é tema de live da UNIP