A água que vem dos caminhões


Preços do metro cúbico variam. Empresa que apresenta laudos dos exames realizados pode cobrar a partir de R$ 15
Dani Costa

O mercado da água em São Paulo se diversifica para atender à necessidade de sustentabilidade e para trazer economia aos consumidores. Pelas ruas da capital, os caminhões-pipa circulam, atendendo pedidos dos consumidores, principalmente, de estabelecimentos comerciais.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem mais concorrência no mercado. As empresas que vendem água em caminhões estão a todo vapor, em busca de novos clientes.
Água dos caminhões-pipa é usada principalmente por estabelecimentos comerciais e indústrias
O motivo é a economia que se faz por metro cúbico de água. "Um hotel, por exemplo, pode reduzir sua conta em até 50%, porque consumindo água de caminhão, não paga taxa de esgoto", explica o especialista em análise de água, gerente da divisão tratamento de águas da Argal Química, Sérgio Belezza.
Isso porque a Sabesp cobra a taxa de esgoto com base na quantidade de água que entra pelos canos. Se essa quantidade é reduzida, a taxa também é. Dessa maneira, um flat, por exemplo, pode reduzir sua conta em até R$ 10 mil. O Shopping Santa Cruz, na Zona Sul, partiu para o caminhão-pipa para uso não potável, e economiza, por mês 40% na conta de água.

Negócio

Os preços do metro cúbico dos caminhões variam. A água sempre é negociada de acordo com a necessidade do cliente. Uma empresa que a trata e apresenta laudos dos exames pode cobrar a partir de R$ 15 o metro cúbico. "Como fazemos essa análise, nossa demanda é garantida. Sempre temos clientes, porque confiam na água que compram", explica Otoniel Joaquim da Silva, gerente da Gota de Cristal.
Empresas que apenas retiram a água do poço e a armazenam no caminhão, cobram a partir de R$ 10 na capital.
A Sabesp explica que não é ilegal utilizar água de caminhões, mas alerta que é indispensável informar esse consumo, pois a empresa precisa saber quanto de esgoto é produzido. Ilegal é misturar as águas. Portanto, a de caminhão-pipa não pode ser armazenada junto com a da Sabesp, pois possuem tratamentos diferentes.
"Mas tem que ficar atento ao uso dessa água, pois como ela é retirada de poços artesianos, pode estar contaminada", alerta o especialista Sérgio Belezza. A Sabesp diz o mesmo. Para a empresa, o risco é maior que a vantagem econômica obtida pelo consumidor.
Reutilização é o caminho e ainda garante economiaA Prefeitura de São Paulo passou a utilizar água de reuso para lavar ruas e regar canteiros da cidade. A medida rendeu uma economia de cerca de 80%, além de ser ambientalmente correta. Diariamente, cerca de 550 mil litros são utilizados pela administração municipal. A água de reuso nada mais é do que esgoto tratado pela Sabesp, e não pode ser utilizada para consumo. A destinação indicada é para fins não nobres, como lavagem e irrigação. Trata-se de um mercado em expansão. A Sabesp, única fornecedora no estado, vendia, há 10 anos, 560.154 metros cúbicos de água de reuso, que dava para abastecer, de maneira exemplificada, 10.960 pessoas. No ano passado, foi registrado um consumo de 1,4 milhão de metros cúbicos, suficiente para abastecer 26.500 pessoas. Mas a ideia é ampliar cada vez mais o segmento. A empresa afirma que possui volume disponível para abastecer mais de 33 mil pessoas pelo período de um ano.

Fonte: Diário de São Paulo-SP

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