Obesidade Infantil

A obesidade é uma condição resultante de um desequilíbrio entre calorias ingeridas e calorias gastas, podendo em algumas vezes sofrer interferências de ordem genética ou por alguma alteração do sistema endócrino, levando a um excesso de peso corpóreo às custas de gordura que pode ser distribuída por várias partes do corpo, colocando a pessoa obesa, ao longo do tempo, em condições de risco para o infarto de miocárdio, acidente vascular cerebral (“derrame cerebral”), diabetes, alguns tipos de câncer, problemas psiquiátricos relacionados a auto-estima, limitações físicas e outras doenças degenerativas.

A obesidade vem acometendo o ser humano em números crescentes a partir da revolução industrial, obtendo-se como reflexo direto a produção de açucares nas suas mais diversas formas (principalmente o açúcar refinado e o amido) em alta escala mundial e baixo custo, principalmente nas Américas. A conseqüência direta deste fato, é que o açúcar passou progressivamente a ser introduzido em um grande número de alimentos, transformando os hábitos alimentares e artificializando o sabor de muitos alimentos. Outra conseqüência direta da revolução industrial e posteriores evoluções tecnológicas foi o sedentarismo - o ser humano está perdendo a forma mais simples e natural de exercício que é o ato de andar.

Com relação às crianças, as conseqüências não são muito diferentes, e como agravantes o ser humano está ficando obeso cada vez mais cedo, com chance das conseqüências da obesidade virem ocorrer cada vez mais precocemente. Os índices de obesidade infantil nos Estados Unidos já estão críticos e no Brasil, estes índices também vêm aumentando consideravelmente.

Nas últimas décadas, a adição de açúcar na maioria dos alimentos, crença popular distorcida como “criança gordinha é criança saudável”, hábitos de comer em frente a televisão, dar uma guloseima no lugar de um alimento saudável porque deixou de comer este último, iniciar a oferta de doces, excesso de massas, frituras e refrigerantes precocemente e sem controle para as crianças, hábitos alimentares importados dos Estados Unidos como porções generosas de refrigerantes, pipocas, batatas fritas (“aquários de refrigerantes” “baldes de pipocas” “baldes de batatas fritas”), a criação indiscriminada de “Fast Foods”, apelos da mídia na oferta de alimentos calóricos e lanchonetes das escolas despreparadas e sem orientação nutricional, contribuem para a oferta calórica (açucares e gorduras) excessiva. Em paralelo, as crianças que moram nos grandes centros não vão mais a pé para a escola, não brincam mais na rua, andam menos de bicicleta, em outras palavras, estão deixando de fazer exercícios aeróbicas em troca de atividades sedentárias como os jogos de videogames, computadores e ainda passam mais horas em frente à televisão e ainda na maioria das vezes comendo guloseimas.

A melhor maneira de prevenir a obesidade é a informação e colocação em prática de hábitos alimentares saudáveis – “educação alimentar”, aliada à pratica de exercícios com orientação adequada quanto à freqüência, intensidade e idade. Quanto à criança pequena, a obtenção dessas informações é através das consultas pediátricas de rotina – consultas de puericultura, que iniciam logo após o nascimento e passam a ser freqüentes principalmente nos dois primeiros anos de vida. Nestas consultas o pediatra, executa medicina preventiva em âmbito geral e acompanha a criança através de gráficos individuais de cada criança e caso haja alguma distorção do peso pode ser detectada e corrigida precocemente, além de a mãe receber frequentemente informações sobre alimentação saudável iniciando pelo incentivo ao aleitamento materno.

Quando já é diagnosticado um caso mais severo de obesidade infantil, muitas vezes pode ser necessário que a criança tenha um acompanhamento e seguimento multidisciplinar através do pediatra, nutricionista, endocrinologista e de um profissional de educação física.

Dr Paulo Sérgio de Barros Ferreira
Formado de medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 1980
Especializado em Pediatria pela Universidade de São Paulo – USP e Sociedade Brasileira de Pediatria
Exerceu atividades docentes no Hospital Universitário da USP de 1983 a 1990
Especializado em Terapia Intensiva Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva

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